"Sobre Fernando Lima (nome de código 'Taor'), antigo director da agência ANOP, os papéis de Mitrokhin adiantam que ele foi cultivado pelo posto do KGB em Lisboa no período de 1976-82 e que "forneceu informação política". "Através dele foram levadas a cabo algumas medidas ativas. Em 1981 foi recebida a informação de que 'Taor' está ligado à extrema-direita e a círculos militares e aos americanos." Lima, antigo jornalista do 'Jornal de Notícias', director do 'Diário de Notícias', assessor de Durão Barroso e de Cavaco Silva, reage com uma gargalhada ao texto de Mitrokhin: "Logo em 1974 estabeleci uma relação de grande amizade com um correspondente soviético [Eduard Kovaliov]. Mais tarde veio a saber-se que era um coronel do KGB. Tinha almoços com ele, como também tinha com muitos outros correspondentes estrangeiros. Eu era jornalista, conversava com muita gente. Provavelmente eles gostavam de ouvir as minhas análises políticas. Tudo fontes abertas, não tinha acesso a nada", diz. Fernando Lima afirma ainda não saber "o que possam ser" as medidas ativas referidas no apontamento.
"E"/ Expresso