terça-feira, 8 de dezembro de 2015

VERGONHA NA CARA

“Não subscrevo a fórmula do fim da austeridade”. A frase foi proferida por Luís Amado aos microfones da Emissora Nacional. E não causará admiração se recordarmos uma outra do mesmo autor, dita há quatro anos e meio: "A economia portuguesa precisa de um choque liberal".

 Ora bem, se a memória não me falha, este Luís Amado, com pretensões a medalha de ouro nos campeonatos do neoliberalismo, foi, durante 6-anos-6, destacado e brilhante ministro dos governos succialistas (de sucção) liderados por essa grande figura da política, filosofia, engenharias e outras artes que dá pelo nome de José Sócrates. Governo que, se bem me lembro, conduziu o país à bancarrota, chamou a Troika e abriu as portas à austeridade.

O país perdeu muito, mas o bem-amado Luís nem por isso: lá conseguiu um emprego como presidente do conselho de administração de uma banqueta que sobrevive à custa de capitais públicos (num regime de economia 'liberal' estaria, há muito, a ser gerida por um administrador de falências...) e sonha ter no seu capital social dinheiro da Guiné Equatorial, esse paraíso liberal, como sabemos, o que constituiria "um reencontro com a história de Portugal" - palavras do senhor Amado. 

Sei, sabemos todos, que gentalha deste calibre não é muito dada a 'estados de alma'. Mas podiam. ao menos, mantendo-se em silêncio, aparentar algum decoro.