A esquerda, que tudo indica será maioritária, arrisca-se, contudo, a sofrer uma derrota funcional. Ataca em formação dispersa, com partidos que para aumentarem os seus sufrágios próprios têm de se hostilizar mutuamente. Por último, em vez da luta se concentrar no balanço catastrófico deixado por estes quatro anos, denunciando o deserto de banalidades e ideias vazias com que a coligação quer mapear o futuro, as esquerdas permitiram que o campo de batalha seja o documento que a equipa de Centeno preparou para o PS. A peleja tem incidido sobre a má memória de Costa e não sobre a péssima de Passos!...Se a 4 de Outubro, mesmo com minoria de votos, a direita ganhar a capacidade de formar governo, as tribos da esquerda só poderão queixar-se de si próprias.
Viriato Soromenho Marques
DN