quinta-feira, 9 de julho de 2015

DE OUTROS

O cerco e o esmagamento do Syriza estavam no programa e a contra-informação mais despudorada revelou os seus objectivos mais sórdidos. 
Segui, um pouco arfante, os noticiários das televisões, nacionais e estrangeiras, e o fechado e lúgubre semblante dos nossos comentadores do óbvio, com excepção de dois deles, forneceram-me a imagem das suas decepções. Aliás, durante as últimas semanas, a manipulação da forma e do conteúdo constituiu um vergonhoso retrato do estado actual da nossa comunicação social. Repugnância e vómito.
 O lado humano desapareceu em benefício do número e da estatística; as presenças constantes de gente que nada diz oposto ao pensamento único tornou-se enfadonho por bocejante; e o modo enfaticamente tolo com que Passos Coelho se foi referindo aos acontecimentos gregos tornaram- no credor do nosso profundo desprezo. 
As evasivas e as ambiguidades do PS também não caucionaram a nossa admiração; mas o PS é isso mesmo: um almofariz de ambições cujo resultado, ao longo dos anos, tem sido esta mistura trágica que o leva a não ser carne, nem peixe, nem arenque vermelho. 
Baptista-Bastos
CM