Acompanhei, pela televisão, a homenagem nacional a Sophia.
Gostei das palavras de D. Manuel Clemente ("Eu rezo com as palavras de Sophia"), na capela do Rato, onde Sophia participou nas vigílias contra a guerra colonial. Gostei das palavras inspiradas de José Manuel Santos ("Não é ela que precisa de nós, somos nós que precisamos dela"), no elogio fúnebre da poeta maior, já no Panteão. Não ouvi, por razões óbvias, os discursos de uma senhora loura e do outro.
(Ficou-me uma nota amarga: as pessoas de cultura andaram dramaticamente distraídas, durante dez anos. E o termo de sepultura ficará para a história com as assinaturas de Aníbal António, Esteves e Coelho. Sophia não merecia este castigo.)