domingo, 17 de outubro de 2010

DE OUTROS

«Acredito que José Sócrates não durma descansado. Teve oportunidade de governar bem e melhor, com uma maioria absoluta e com muito dinheiro. Teve oportunidade de fazer o bem pelo seu povo, mas, por incapacidade ou por falta de vontade política, escolheu o caminho do mal. Fazer mal ao povo é ter consentido a criação de um Estado tentacular, gordo, que gastou o dinheiro que tinha e que não tinha. Fazer mal é não ter feito as reformas necessárias no Estado e na administração pública e ter optado pelo caminho mais simples: aumento da carga tributária e redução das condições sociais e dos salários – redução esta de duvidosa constitucionalidade por violação do princípio da confiança, da igualdade e da intangibilidade das remunerações. Fazer mal é permitir as constantes derrapagens financeiras nas parcerias público-privadas, de que são exemplo a Lusoponte, a Expo’98 e os Estádios do Euro’2004. Fazer mal é deixar que uns ganhem com estas derrapagens e que seja o povo a pagar. Fazer mal é não resolver os problemas do ensino,é fechar escolas e postos de saúde, é não resolver a crise da justiça. De que serve ser governante se se deixa o país com dois milhões de pobres e com 800 mil desempregados? Vale a pena ser governante se o povo está triste e não tem dinheiro para comprar bens de primeira necessidade? Vale a pena estar no governo não para servir a República mas a si próprio e ‘seus muchachos’?»
Rui Rangel
(CM)