Público
sábado, 5 de dezembro de 2015
OS ROTOS E OS NUS
Depois de meses de expectativa, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, decidiu nesta quarta-feira abrir um processo de impeachment contra a Presidente brasileira, Dilma Rousseff. Apesar de declarar que não o fez “por motivação política”, não escapou a ninguém a coincidência: o anúncio de Cunha, arqui-inimigo de Dilma, surgiu poucas horas depois de a imprensa brasileira ter noticiado que o Partido dos Trabalhadores (PT) tinha dado instruções aos seus deputados para votarem a favor da abertura de um inquérito parlamentar sobre eventuais irregularidades cometidas pelo presidente da Câmara dos Deputados. A decisão de Cunha, que não é o campeão das subtilezas, é uma retaliação pelo facto de não poder contar com o apoio dos três deputados do PT que poderiam salvá-lo de uma investigação parlamentar que visa a sua expulsão do cargo.