![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhSx9SvKJpuv7dU1eZ1l0OR9F6yo7yb6XJnHHzjVT6o4cTs89SfTI6uAqAdoRf9jIOi9fBfgcVicPqqjuhlhP-kCmW1OV-BpHqsbCCNkJV99-Fd6PKraC_7f8e04VRtyC2lYdJlU-ftB-9/s200/tomas-transtromer-96f0.jpg)
Subidas.
Havia duas prisões. Uma delas era para os gatunos.
Eles acenavam através das grades.
Eles gritavam. Eles queriam ser fotografados!
"Mas aqui", dizia o revisor e ria baixinho como um afectado
"aqui sentam-se os políticos". Eu vi a fachada, a fachada, a fachada
e em cima, a uma janela, um homem,
com um binóculo à frente dos olhos, espreitando
para além do mar.
A roupa pendia no azul. Os muros estavam quentes.
As moscas liam cartas microscópicas.
Seis anos depois, peguntei a uma dama de Lisboa:
Isto é real, ou fui eu que sonhei ?
Tomas Tranströmer