Há excepções, claro que há excepções (desde logo, o general De Gaulle e, por cá, tivemos o major Melo Antunes) mas, correntemente, o nível de exigência intelectual dos militares não é muito elevado. Recordo-me de ouvir com uma certa frequência, durante os três anos que passei na tropa, a recomendação: "clarinho, clarinho para militar perceber".
Bom, mas tudo tem limites. E esta de convidarem o "socialista" José Sócrates para dissertar sobre o "Novo Mundo, Novo Capitalismo", como convidado de honra do simpósio internacional organizado pela Escola Militar de Paris, não lembra ao Diabo.
A menos que os militares franceses entendam que o "capitalismo com ética" defendido pelo senhor Sarkozy tem, em José Sócrates, um lídimo representante.
Nesse caso, preparem-se os franceses para as suas casinhas da Beira, para as engenharias domingueiras, para as zonas de protecção especial, para a política de sucata, etc., etc., etc.
Fechem as sorbonnes, abram universidades independentes e terão resultados a curto prazo. (É só um conselho).
