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JN |
O vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Francisco Rocha Gonçalves, descreve como “lamentável” a cessação da sua inscrição no PSD e a de mais 45 militantes. “Apenas por pudor evito adjetivar este exercício de contraditório”, refere numa carta dirigida a José Miguel Clara, relator do processo, e admite que o exercício “nem deveria existir, caso quem de direito se tivesse comportado à altura das circunstâncias”. Como o Expresso noticiou na sexta-feira, 46 militantes receberam ordem de marcha do partido por terem concorrido em listas de Isaltino Morais nas eleições autárquicas de setembro passado.
Na missiva, com a data desta segunda-feira, Rocha Gonçalves fala em “diversos encontros preparatórios” entre ele mesmo e o secretário-geral do PSD, José Silvano, o secretário-geral adjunto João Montenegro e o vice-presidente Salvador Malheiro, em Oeiras, e na sede nacional do partido, em Lisboa. “A situação não podia ser estranha” nem ao presidente do partido, Rui Rio, nem ao presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, uma vez que “ambos tinham jantado num restaurante em Paço de Arcos, ainda em 2019, num encontro marcado pelo vice-presidente David Justino”. E acrescenta que a situação “era também do conhecimento” do presidente da distrital de Lisboa, Ângelo Pereira, e do presidente da concelhia de Oeiras, Armando Soares. Havia, por isso, “uma total sintonia entre órgãos concelhios, distritais e nacionais do partido”.
“Com o aproximar das eleições”, conta ainda o vice-presidente da autarquia de Oeiras, houve um novo encontro entre Isaltino Morais e Rui Rio, promovido por David Justino, que foi o anfitrião do jantar. José Silvano também marcou presença, diz. A 29 de março do ano passado, a comissão política de Oeiras deliberou, por unanimidade, apoiar uma candidatura independente liderada por Isaltino Morais aos órgãos autárquicos de Oeiras. E, no dia seguinte, a comissão política distrital de Lisboa deliberou, “por maioria (ampla)”, apoiar uma tal candidatura.
Expresso