"Eu penso do neo-liberalismo que ele constitui uma ideologia extremista a partir dos princípios do liberalismo clássico, como o marxismo-leninismo (que eu, como social democrata que sou, distingo do marxismo), e que é expressão dos interesses de um capital financeiro que veio exercer a sua dominação nociva sobre a economia real. Houve antes um liberalismo social, aquele que integrou no pós guerra a economia social de mercado e que durou até ao dia em que Margaret Thatcher descobriu que não havia sociedade, só mercado.
Esse liberalismo extremista, próximo do anarco-capitalismo, encontra-se por toda a extrema-direita mundial, salvo quando o líder da extrema-direita (por exemplo Trump) descobre que esse neo-liberalismo vai limitar a sua autoridade absoluta e prolongar a abertura ao mundo que a globalização trouxe, impedindo políticas nacionalistas extremas: volta então (sempre Trump) ao conservadorismo autoritário tradicional das extremas-direitas, rompendo com Musk, o tecno-feudalista que desfaz os Estados com um serrote."
Luís Castro Mendes
DN