sexta-feira, 11 de julho de 2025

A SARGENTA E O COMANDANTE


 "Quando se fala do Ministério da Saúde, é ter a noção de que a ministra da Saúde não existe. Existe um primeiro-ministro, e é a ele que deve ser feita toda e qualquer pergunta sobre o estado da Saúde providenciada pelo Estado. Que, como se tem visto, não dá saúde a ninguém. 

Luís Montenegro já sabia o que a casa gasta quando decidiu manter em funções uma ministra inexistente. Naturalmente, não o espantará que, na ausência de ação, melhoramentos, respostas do SNS a necessidades básicas dos utentes, e não havendo ministra, se coloquem as questões a quem mantém em funções uma inexistência.

A ministra não serve para fazer – pois não faz. A ministra não serve para decidir – pois não decide. A ministra não serve para dar entrevistas – pois acabaria por lembrar a todos que só é alegada ministra por responsabilidade de Montenegro. A ministra não serve sequer para se desculpar – pois nunca tem culpa. Quando promete refundar, afunda. Dissolve-se a si própria sem necessidade de dissolventes – como é só um holograma, puro ar, não tem sequer a consistência de uma bola de sabão, para usar uma metáfora que o Governo entende.

Ana Paula Martins não tem políticas, tem palavras, que por vezes fazem frases. Essas frases raramente indiciam um rumo ou um pensamento para o SNS. Não tem autoridade porque ninguém a leva a sério. O SNS definha, apesar de gastar dinheiro como nunca. Os problemas agravam-se pela razão simples de que não há milagres."

Filipe Santos Costa  (CNNP)