«Quiseste fazer rir e agora fazes rir. Viveste de sonho, tentas voltar à realidade – e a realidade atira-te para o sonho. Se abres a boca para falar de amor, todos desatam a rir. A realidade vinga-se. A realidade não cria palhaços como tu, a realidade cria homens, e os que se esquecem de viver não devem acusar a vida. Tens de ser palhaço até à morte. É inútil quereres voltar para trás, e por cada grito de dor que soltes conta com uma risada de escárnio. Fizeste da vida artifício, para representares as tuas farsas, e agora teimas em recomeçá-la?... Palhaço! Palhaço!... Davas tudo para não sonhares – para viveres – e a realidade obriga-te a caminhar até ao fim. Palhaço! Palhaço!»
(Extracto)