Um espectro ameaça a cultura: o das “pessoas sensíveis”
É absolutamente intolerável que uma “corte” de censores morais, sociais ou políticos se arrogue no direito de reescrever obra alheia.
O fenómeno não é novo, é velhíssimo. E vai assumindo novas formas ao correr do tempo. Já tivemos a Inquisição, as fogueiras onde alegremente se queimavam pessoas e livros (também se queimariam filmes e discos, se à época existissem), as censuras de todas as espécies arrastando mil e uma proibições, tudo em nome de interesses nacionais, políticos, religiosos ou morais. Muita gente morreu, muitas obras foram proibidas ou destruídas, mas a cultura lá foi resistindo.
Nuno Pacheco (Público)