Comparei uma vez o Tarrafal aos campos de concentração nazis, o que me valeu a fúria dos defensores da bondade e da mansidão do regime salazarista. Esta ideia que expulsar do palco um ator que representa a minha situação por ele não estar exatamente na minha situação é, mais do que uma rejeição da cultura, uma rejeição da possibilidade de reconhecer valores e qualidades comuns a todos os seres humanos. Esta crítica vai certamente valer-me os mesmos insultos que me dirigiram por eu ousar aproximar o bondoso Professor Salazar do Führer Adolf Hitler. Por isso, expondo-me a todos os ataques, eu reitero: o que se passou no Teatro S. Luiz foi um ato claramente fascista. E se me falarem de identidades humilhadas, responderei que não se luta contra a humilhação criando mais humilhados.Luís Castro Mendes (DN)
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