Inquérito acusa Blair de ter exagerado ameaça para justificar invasão do Iraque
Comissão que investigou participação britânica na guerra diz que antigo primeiro-ministro alinhou com os EUA de forma precipitada e com base em "informação defeituosa."
O antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair decidiu participar na invasão do Iraque, em 2003, sem antes ter esgotado todas as outras opções disponíveis e exagerou, de forma deliberada, a ameaça que o regime de Saddam Hussein constituía para a segurança internacional, a fim de tentar convencer o Parlamento e a opinião pública, concluiu a comissão de inquérito que durante sete anos investigou a participação do Reino Unido na guerra.
“Concluímos que o Reino Unido escolheu participar na invasão do Iraque [liderada pelos Estados Unidos] sem antes terem sido esgotadas todas opções pacíficas para o desarmamento” do regime de Saddam, afirmou John Chilcot, presidente da comissão de inquérito que em 2009 foi encarregada de apurar as circunstâncias que levaram o Governo britânico a participar na guerra, e a forma como a operação e o pós-invasão foram planeados e executados.
Sete anos depois, o relatório final – doze volumes, num total de 2,6 milhões de palavras – faz uma crítica já classificada como “devastadora” da actuação do executivo, das chefias militares e dos serviços de informação de então.