Meio milhão de desempregados já não tem acesso ao subsídio de desemprego
Novas regras ainda vão tornar o quadro mais negro. Subsídios vão ser pagos durante menos tempo e os montantes serão menores
Há cada vez menos desempregados em Portugal a receber subsídio de desemprego, o que antecipa uma quebra de consumo ainda maior nos próximos meses. Em Junho, somente 43,5% dos desempregados inscritos nos centros de emprego estavam a receber esta prestação social, segundo dados ontem divulgados pela Segurança Social e tendo em conta o universo de pessoas sem trabalho contabilizadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Ou seja, grosso modo, há cerca de meio milhão de pessoas sem trabalho que apenas recebem – quando recebem – outro tipo de subsídios, como o rendimento social de inserção.
De acordo com os dados disponibilizados na página da Segurança Social, em Junho existiam 356 549 beneficiários de prestações de desemprego, menos 18 691 pessoas do que em Maio, mas mais 70 778 do que em Junho de 2011. Com as novas regras para a atribuição deste apoio, que já entraram em vigor, o quadro promete ser ainda mais negro porque, apesar da diminuição do número de meses que contam para a atribuição deste subsídio, o seu montante e prazo diminuem.
Os últimos dados divulgados pelo INE contabilizavam, no fim do primeiro trimestre deste ano, um total de 819, 3 mil desempregados, o que fez elevar a taxa de desemprego para os 14,9%, o nível mais alto de sempre. Mas o número real é superior a este, porque aqui não estão incluídos os desencorajados, ou seja, as pessoas que desistiram de regressar ao mercado de trabalho.
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