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UMA CIDADE A MORRER DEVAGARINHO

«Cinco anos após a reabertura da Igreja dos Prazeres, no centro histórico de Beja, as dificuldades financeiras do município, que paga o salário do funcionário que ali trabalha, poderão vir a ditar o fecho do monumento.
Esta possibilidade foi confirmada ao PÚBLICO por José António Falcão, director do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja. Também o bispo de Beja, D. António Vitalino Dantas, partilha esse receio, comentando: "Importa saber em que medida o património é importante para a cidade". Se o encerramento do mais emblemático templo religioso do Alentejo, e referência central do barroco em Portugal, vier a confirmar-se, "a cidade [de Beja] vai morrer do ponto de vista patrimonial", sustenta o prelado. D. António Vitalino Dantas frisa, contudo, que tem consciência das limitações financeiras a que a Câmara de Beja - entidade que mantém com a Igreja uma parceria para a salvaguarda do património religioso - passou a estar sujeita. "Esses cortes também nos vão atingir", nota o bispo, destacando que o encontro de uma solução "não depende só do município".
O prelado propõe que o funcionário que assegura a abertura da igreja continue a ser pago pela autarquia (500 euros mensais), competindo à diocese assegurar a manutenção do edifício. "Temos consciência de que vai ser necessário suportar sacrifícios para não fechar o templo", observa D. António Vitalino Dantas.»Público